Crítica originalmente publicada no Senta Aí “A esquerda branca está morta” declara uma das personagens de SOAP , dirigido por Tamar Guimarães. É uma boa síntese da obra, que acompanha os esforços de um grupo de intelectuais – brancos em sua maioria – buscando maneiras de combater a crescente onda fascista no Brasil e no mundo, enquanto encaram a rotina pandêmica. O plano é criar uma novela que colocaria no ar mensagens de esquerda, sob a guisa de ser uma trama conservadora. Assim, dentro de seus apartamentos, no Brasil e na Alemanha, os personagens discutem os aspectos dessa obra, ao mesmo tempo que externam preocupações sobre os vizinhos bolsonaristas, a necessidade de uma renovação política, tudo dentro de seus apartamentos, por meios de conversas de Zoom, grupos de whatsapp e afins. No entanto, todos os esforços se dissolvem, e em dado momento, ninguém consegue se entender mais. Um acusa o projeto de ser de má-fe, outro declara que o Marxismo está morto, e tudo entra em u...